Em 2013, segundo o levantamento, havia 33.374 desses empreendimentos no Brasil

 

 

 

De 2010 a 2013, as empresas de alto crescimento foram responsáveis por 42% dos empregos gerados no País. A informação é de pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Instituto Empreender Endeavor Brasil, divulgada ontem. Como empresa de alto crescimento, o IBGE considera aquelas que aumentam em pelo menos 20% ao ano o número de empregados, por um período de três anos consecutivos, e que tenham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no início da pesquisa. 

Em 2013, segundo o levantamento, havia 33.374 desses empreendimentos no Brasil. Apesar de serem responsáveis por mais de 40% dos postos de trabalho criados no período, elas representavam apenas 0,7% do total de empresas e 7% do total das que tinham 10 ou mais empregados. 

Entre 2010 e 2013, o quadro funcional das empresas de alto crescimento aumentou 172%. Foram gerados por elas 3,1 milhões de novas vagas. Somente em 2013, elas tiveram uma receita líquida de R$ 861,4 bilhões, 14% do total de R$ 6 trilhões de receita líquida gerada por empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas. 

As 33.374 empresas empregavam 5 milhões de pessoas em 2013 e pagavam R$ 107,5 bilhões em salários e outras remunerações. Em relação a 2012, houve uma redução de 5,2% no número de empresas, de 5,8% no pessoal ocupado e de 1,1 % nos salários e outras remunerações pagas. 

A consultora da pesquisa no IBGE, Júlia Guerra, diz que, no levantamento anterior, as empresas de alto crescimento tinham sido responsáveis por 58% das vagas geradas. Mesmo assim, ela considera "impressionante" os 42% da pesquisa divulgada ontem. "Se você pensar que elas representavam 0,7% do total de empresas do País ainda é bem impressionante", afirma. 

O IBGE não divulga dados detalhados por unidade da federação. O que é possível verificar no levantamento é que o Paraná tinha 5.560 empresas de alto crescimento em 2013, que empregavam 322.390 pessoas. O setor de comércio e reparação de veículos era o que tinha o número maior de estabelecimentos, 2.204, ou 39% do total. Mas a indústria de transformação empregava a maior parte dos trabalhadores, 33%. 

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Valter Orsi, acredita que os supermercados detinham a maior parte das 2.204 empresas de alto crescimento do setor de comércio e reparação de veículos no Paraná. "O Brasil viveu uma fase de ouro. Mais de 20 milhões de brasileiros passaram a consumir produtos que antes não compravam. As grandes redes de supermercados inauguravam lojas o tempo todo", recorda. Orsi acha que, quando o IBGE divulgar o próximo levantamento, a realidade já será bem diferente. "Hoje, as pessoas estão voltando a consumir o básico", justifica. 

Já Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), acredita que a maior parte das 995 indústrias de alto crescimento se encontravam no segmento alimentício. "Principalmente o setor de frango cresceu muito no Estado naquele período. E também o de produtos prontos, tipo lasanha", declara. Outras atividades, como a indústria automotiva, ainda apresentavam bom desempenho no período. "Agora é a que mais encolheu", afirma.
 

Fonte: Folha de Londrina, 19 de novembro de 2015