Pesquisa do Sinduscon-SP e FGV aponta que número de empregados no período teve o pior desempenho do setor nos últimos cinco anos

São Paulo - O número de trabalhadores formais no setor brasileiro de construção civil retornou em novembro a patamar semelhante ao observado em agosto de 2010, de acordo com pesquisa do SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego. Ao fim do mês, o saldo total de empregados na área estava em 2,953 milhões.
O emprego na construção brasileira registrou queda de 0,79% em novembro, na comparação com outubro, desconsiderando fatores sazonais. Nessa conta, foram perdidas 23,224 mil vagas. Considerando a sazonalidade, o indicador de emprego no País caiu 2,03% na base mensal, com perda de 61,321 mil vagas de trabalho.
Em 12 meses, o número de demitidos em todo País na construção foi de 514,570 mil trabalhadores, uma queda de 14,84% nos empregos. No acumulado do ano até novembro, a baixa foi de 10,90%, com perda de 385,741 mil vagas, frente igual período do ano passado.
O estudo aponta que a Região Sul foi a que apresentou um dos menores indicadores de retração no setor. Considerando a sazonalidade, o emprego sofreu queda de 1,63% em novembro em relação a outubro, com 7.505 vagas perdidas no período. Somente a Região Nordeste teve desempenho "melhor", com variação negativa de 1,45% de emprego gerado (9.108 vagas perdidas).
Para o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, a forte queda no nível de emprego da construção em novembro reflete tanto a persistência da retração dos investimentos como o fenômeno sazonal de mais demissões que contratações, que acontece nos dois últimos meses de cada ano, quando o ritmo das obras diminui. "Sem novos projetos para execução imediata e desprovidas de um horizonte para a retomada da confiança, as empresas da construção continuaram demitindo", comentou.
A preparação de terreno teve a maior retração, com queda de 3,63%, em comparação com outubro, seguido de infraestrutura, com baixa de 3,01%, e pelo segmento imobiliário, que caiu 2,04%. Já em 12 meses, a área imobiliária foi a mais afetada, com retração de 18,12%, enquanto infraestrutura perdeu 16,86% e preparação de terrenos, -16,03%. No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento de infraestrutura apresentou a maior queda (-14,46%), seguido pelo segmento imobiliário (-13,0%).

Fonte: Folha de Londrina, 14 de janeiro de 2016