Ministro Ricardo Lewandowski foi criticado pela deputada federal Christiane Yared
 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu, ontem, liminar que adiou o júri popular do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, até então marcado para a semana que vem. O ministro do Supremo aceitou alegação da defesa sobre a possibilidade de desclassificação do delito de doloso para culposo, ainda pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
 

O julgamento do recurso no STJ foi suspenso naquela corte por pedido de vista formulado em 15 de dezembro do ano passado. Caso tenha êxito no STJ, o Júri Popular contra Carlis Filho poderia ser anulado.
 

Tão logo o adiamento se tornou público, a reação foi imediata. A deputada federal Christiane Yared — mãe de Gilmar Yared, um dos jovens mortos no acidente em que o ex-deputado é réu —, publicou nas redes sociais a sua indignação.
 

“Após ler a decisão do STF de adiar o Julgamento do caso Carli Filho a menos de uma semana do Júri Popular, um sentimento de revolta e uma mistura de dor insuportável, com indignação e senso de injustiça me acende como fogo”, escreveu.
 

Já no começo da tarde, Christiane e seu advogado, Elias Mattar Assad, falaram com a imprensa. Assad, que atua como assistente de acusação no caso, representando a família Yared, disse que estranhou a decisão do STF, que foi contra jurisprundência estabelecida pela própria corte. Contudo, diz que espra que a liminar seja revista pela corte, e que nova data do júri popular marcado.
 

“Chega a ser humilhante, mas não vão nos calar. É como se jogassem gasolina no fogo. Isso me incendeia ainda mais. Nós não vamos deixar de lutar”, disse Christiane, que também prometeu procurar o presidente do STF para falar sobre o assunto.

 

Fonte: Bem Paraná, 15 de janeiro de 2016