O líder chinês, Xi Jinping, lançou um novo banco internacional de desenvolvimento visto como rival do Banco Mundial em cerimônia luxuosa neste sábado (16), conforme Pequim busca mudar as regras não escritas do financiamento global de desenvolvimento.
Apesar da oposição de Washington, aliados dos EUA incluindo Austrália, Reino Unido, Alemanha, Itália, Filipinas e Coreia do Sul concordaram em se aliar ao Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), em reconhecimento à crescente influência econômica da China.
| Mark Schiefelbein/Associated Press | ||
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| O líder da China, Xi Jinping, durante cerimônia de lançamento do AIIB, em Pequim |
"As necessidades financeiras da Ásia por infraestrutura básica são absolutamente enormes", disse Xi em discurso durante o lançamento, acrescentando que o banco buscará investir em projetos de "alta qualidade, baixo custo".
Para a Ásia continuar sendo a região mais dinâmica para o crescimento global, ela precisa investir em infraestrutura e conectividade, disse o premiê, Li Keqiang, durante sessão da cerimônia de abertura.
O AIIB deve emprestar de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões de dólares por ano pelos primeiros cinco ou seis anos e iniciará operações no segundo trimestre de 2016.
Mesmo assim, nenhum projeto de infraestrutura específico será anunciado "por enquanto", disse o presidente do AIIB, Jin Liqun, à Reuters, em intervalo do evento.
Um banco bem-sucedido que se coloca separado do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) seria um trunfo diplomático para a China, que se opõe a uma ordem financeira global que diz ser dominada pelos Estados Unidos, sem representar adequadamente os países em desenvolvimento.
BANCO DOS BRICS
O AIIB se soma a outro organismo multilateral patrocinado pela China, o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), também conhecido como banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e lançado em julho de 2015.
Fonte: Folha de S.Paulo, 17 de janeiro de 2016