Áreas de manutenção de edificações e telemarketing geraram mais vagas. Atividades do setor de serviços são as que mais abriram novos postos.


Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra 15 profissões que cresceram mesmo em meio à atual crise econômica. Do total analisado, 140 setores (23,2%) registraram aumento líquido de vagas desde o início da recessão e esse seleto grupo se destacou com crescimento acima da média (veja lista abaixo). O estudo da CNC aponta que os setores de serviços e agropecuário foram os que mais abriram vagas entre julho de 2014 e dezembro de 2015.


Segundo a CNC, esse grupo de 15 profissões é responsável por apenas 15,3% do contingente de trabalhadores com contratos de trabalho pela CLT.


Entretanto, a geração de 272.259 novos postos de trabalho para esses profissionais foi equivalente a 75,5% do total de 360.620 vagas geradas pelas 140 profissões que ainda registravam saldo positivo no Caged até o final de 2015.


A que mais gerou empregos foi a dos trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações, com 71,5 mil novas oportunidades. Também se destacam as vagas criadas para operadores de telemarketing, 27,5 mil, e para recepcionistas, 25,4 mil. Outras atividades do setor de serviços, como prestação de serviços de alimentação, saúde e cuidados pessoais, também figuram na lista das 15 profissões que resistem à crise.


“Historicamente, o comportamento do mercado de trabalho sempre esteve associado ao desempenho econômico do país. Com o pior desempenho do Produto Interno Bruto desde 1990, que caiu 3,8% em 2015, é natural que exista um recuo na demanda por mão de obra. Por outro lado, áreas relevantes para a economia brasileira, como a agropecuária e serviços, continuam gerando novas oportunidades”, analisa o economista da CNC, Fabio Bentes.



Predominância feminina


O estudo mostra a predominância feminina em 10 das 15 profissões destacadas. É o caso dos professores de nível médio na educação infantil (94,4%), cuidadores de crianças, jovens, adultos e idosos (90,8%) e enfermeiros de nível superior (85,3%). Do total de profissionais em atuação nos segmentos analisados, 66,6% é do sexo feminino. Já a força de trabalho masculina predomina entre os trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias (95,7%), trabalhadores na agropecuária em geral (85,8%) e profissionais agrícolas na fruticultura (70,7%).



Maturidade


A pesquisa aponta ainda que há mais oportunidade para quem tem entre 30 e 39 anos. Das 15 profissões do estudo, 13 são ocupadas principalmente por essa faixa etária. Entretanto, caixas e bilheteiros, recepcionistas e operadores de telemarketing mostram a predominância de uma força de trabalho mais jovem – na faixa dos 18 aos 24 anos. Já os auxiliares nos serviços de alimentação se concentram entre os 40 e 49 anos.

 


Salário médio


Das quatro profissões com maior salário médio, três têm predominância de profissionais com nível superior: farmacêuticos, com média salarial de R$ 3.590; enfermeiros de nível superior e afins, com média de R$ 4.494; e técnicos auxiliares de enfermagem, com média de R$ 2.015.


Por outro lado, trabalhadores da agricultura de pequeno porte e da fruticultura revelaram menor nível de qualificação (até o 5º ano do ensino fundamental) e, consequentemente, rendimento mensal abaixo da média ao final do ano passado (R$ 1.016,65 e R$ 1.025,79, respectivamente).


PROFISSÕES COM MAIOR GERAÇÃO DE VAGAS A PARTIR DA RECESSÃO:


1. Trabalhadores nos Serviços de Manutenção de Edificações: 71.537 vagas


2. Operadores de Telemarketing: 27.448 vagas


3. Recepcionistas: 25.368 vagas


4. Técnicos Auxiliares de Enfermagem: 23.748 vagas


5. Trabalhadores Auxiliares nos Serviços de Alimentação: 22.392 vagas


6. Garçons, Barmen, Copeiros e Sommeliers: 20.900 vagas


7. Trabalhadores de Cargas e Descargas de Mercadorias: 12.411 vagas


8. Professores de Nível Médio na Educação Infantil: 11.054 vagas


9. Enfermeiros de Nível Superior e Afins: 10.339 vagas


10. Trabalhadores Agrícolas na Fruticultura: 10.247 vagas


11. Caixas e Bilheteiros (exc. bancos): 9.329 vagas


12. Trabalhadores na Exploração Agropecuária em Geral: 8.665 vagas


13. Cuidadores de Crianças, Jovens, Adultos e Idosos: 7.095 vagas


14. Farmacêuticos: 6.789 vagas


15. Trabalhadores na Pecuária de Pequeno Porte: 4.937 vagas



Fonte: Portal G1, 30 de março de 2016.