Hotsite trará passo-a-passo de como contratar profissionais com deficiência no setor da construção civil
Empresas com número acima de 100 funcionários têm a obrigação legal de cumprir cotas de emprego a serem preenchidas por pessoas com deficiência (PCDs). Mais do que uma necessidade jurídica, o atendimento à cota alinhado a implantação de políticas de diversidade e inclusão digital é um ato de responsabilidade social corporativa.
Quase 25 anos após a promulgação da Lei 8.213, ainda permanecem alguns desentendimentos quanto à sua aplicação e há mesmo dificuldades reais para a contratação de pessoas com deficiência. Para auxiliar as empresas do setor da construção a inserir essas pessoas no canteiro de obras será lançado o hotsite “PCD na Construção” no próximo dia 13 de maio, em Foz do Iguaçu, uma iniciativa do Fórum de Ação Social e Cidadania (FASC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com o SESI Nacional. O hotsite será apresentado ao público no 88º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), onde poderá ser acessado a partir de um totem no stand da CBIC durante todo o evento.
Ana Cláudia Gomes, presidente do FASC, explica que o portal surgiu da necessidade de se criar uma metodologia para o processo de inclusão desses profissionais dentro de uma organização. O hotsite, “mais do que apresentar boas práticas, tem como grande objetivo ajudar as empresas com um passo-a-passo para a inclusão de pessoas com deficiência”, comenta.
O empresariado saberá, por meio do portal, onde encontrar esses profissionais; como recrutá-los; quais os cuidados no exame admissional e no acompanhamento desse novo colaborador; como treinar a equipe para recebê-los e como adaptar o canteiro de obras para atender a todas as necessidades de acessibilidade. “Mapeamos o Brasil inteiro. Pelo hotsite, é possível encontrar, em cada estado, quais são as associações que ajudam na inclusão de PCDs e onde há cursos de capacitação”, ressalta Ana Cláudia Gomes. Com essa ferramenta, o empregador poderá calcular ainda a cota de PCDs que precisa cumprir.
Patrícia Farias, líder do projeto “PCD na Construção”, destaca que, levando-se em consideração a dificuldade de se encontrar esses profissionais em alguns estados, o projeto criou um mecanismo para identificar as entidades que podem auxiliar o empresariado em programas de diversidade. “Fizemos reuniões com líderes de associações de bairro e com o próprio INSS para trazer os reabilitados. Nesse caso, o INSS pode bancar toda a despesa do curso de reabilitação, enquanto a empresa só libera o canteiro de obras e contrata o trabalhador no final do processo”. Trata-se de uma oportunidade de as instituições participarem da capacitação desses profissionais, retirando-os, assim, do quadro de marginalização ao qual estão submetidos.
Dentre as boas práticas presentes no portal – levantadas em mais de 200 questionários respondidos por empresas e entidades da construção civil –, o consultor do projeto, Leonardo Moura, destaca o trabalho integrado do SESI de Minas Gerais: “Eles chegam a realizar todo um ciclo de serviços que orienta a empresa em seu esforço de inclusão”. O consultor cita mapeamentos dos pontos de trabalho para os profissionais com deficiência, palestras de sensibilização para os funcionários, apoio no recrutamento e seleção de trabalhadores, treinamento das equipes de RH e de saúde e segurança do trabalho, acompanhamento desses profissionais, análise de todo o processo de inclusão e workshops sobre diversidade.
O hotsite é resultado do projeto “Inclusão Segura de Pessoa com Deficiência – PCD na Construção”, desenvolvido pelo FASC/CBIC em parceria com o SESI Nacional. A iniciativa desenvolve ações de apoio às empresas da construção civil na correta aplicação da Legislação que estabelece as cotas de PCDs (artigo 93 da lei 8.213 de 1991). Assim, a CBIC promove a inserção segura desses colaboradores, assegurando-lhes os mesmos direitos comuns a todos os profissionais do setor; e auxilia as empresas a cumprir a determinação legal, ao mesmo tempo em que disponibiliza instrumentos para uma melhor introdução desses trabalhadores.
Fonte: CBIC, 11 de maio de 2016.