A tese de liberar geral a terceirização, até a atividade-fim da empresa, volta a ocupar a agenda política. Incluída entre as prioridades do governo interino, a ideia de regulamentar as formas de contratação - com prejuízos para os trabalhadores - ameaça ser retomada pelo Senado.

A Casa analisa o Projeto de Lei da Câmara (PLC 30/2015), originado do PL 4.330 aprovado a toque de caixa, sob mando de Eduardo Cunha, em 2015.
 

Em maio, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou sua proposta anticrise, que tem como carro chefe a terceirização. A entidade se baseia no projeto da Câmara, que é o mais drástico ataque do setor patronal contra o emprego formal nos últimos anos.
 

O tema terceirização consta, inclusive, da Agenda Brasil, formulada pelo senador Renan Calheiros no ano passado. Essa Agenda também enseja um forte retrocesso nos direitos dos trabalhadores.
 

Metalúrgico - A Agência Sindical ouviu o metalúrgico Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente em exercício do Sindicato de Guarulhos e dirigente do Dieese. Ele ressalta que a terceirização é um golpe mortal na própria CLT. “Na prática, o ministro Padilha falou aos empresários em acabar com os direitos trabalhistas. É uma afronta à classe trabalhadora”, denuncia.
 

Cabeça prega que o sindicalismo se mantenha mobilizado e unido contra as maldades do governo interino. “Só existe o caminho da luta, e os trabalhadores precisam estar preparados”, frisa. Em agosto de 2013, no auge da luta contra o PL 4.330, o Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos elaborou boletim relacionando dez maldades da terceirização.



Fonte: Agência Sindical, 4 de julho de 2016