A desembargadora Magda Barros Biavaschi, pós-doutora em Economia do Trabalho e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), argumentou que não está na redução de direitos  o caminho para conquistar competitividade e aumentar a oferta de postos de trabalho.
 

Ela criticou, por exemplo, a tentativa de trazer a terceirização “ampla e irrestrita” para a reforma trabalhista por meio de emendas.
 

Segundo a desembargadora, a reforma trabalhista vai precarizar o mercado de trabalho. “Reduz ainda mais os salários com danos à economia brasileira”, afirmou ela, lembrando que os trabalhadores terceirizados chegam a receber metade que um trabalhador não terceirizado na mesma função.
 

O caminho para gerar empregos, de acordo com Magda Biavaschi, é a dinamização da economia. A pesquisadora citou o exemplo do Chile como país que adotou medidas semelhantes e teve queda do poder de compra e enfraquecimento dos sindicatos, sem aumento de emprego.
 

“Na Argentina, a diminuição dos impostos na folha de pagamento não significou aumento de empregos. Houve ainda aumento da pobreza e da indigência”, relatou. No México, também citado por Biavaschi, houve retrocessos.
 

Ela denunciou o que chamou de desmonte do Estado e perda da capacidade do mesmo para gerir políticas públicas. “O objetivo dessa e de outras reformas do governo Temer é desconstruir o Estado”, afirmou a desembargadora, que crticou também a emenda do teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência.
 

Magda Biavaschi lamentou ainda ser a única mulher na mesa do debate, o que, para ela, "mostra o acirramento das desigualdades de gênero".

 

Fonte: Agência Câmara, 15 de março de 2017