Robson Braga de Andrade se reuniu nesta terça com Renan Calheiros.
Para ele, texto é mais sobre 'segurança do trabalhador' do que 'terceirização'.
O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade, disse nesta terça-feira (28) ter "pressa" na aprovação do projeto que regulamenta a terceirização. O textocomeçou a tramitar nesta terça no Senado, depois de ter sido aprovado na Câmara na última quarta (22).
Andrade se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que na semana passada afirmou que a proposta será analisada na Casa de forma "criteriosa". O senador também havia dito que considera uma "pedalada no direito do trabalhador" terceirizar a atividade-fim, ponto mais polêmico do texto aprovado na Câmara.
Após a reunião com Renan, o presidente da CNI foi questionado se o setor que representa as indústrias tem "pressa" para que o projeto seja aprovado. "Nós precisamos de pressa, sim", respondeu Andrade. "O presidente Renan não nos determinou nem definiu para nós que data [a matéria] será colocada em votação. Mas nós temos uma agenda com ele no início de maio para apresentar a ele todo o projeto, tudo o que foi discutido há mais de dois anos", disse.
Cercado de polêmicas, o texto deve sofrer alterações no Senado e ter uma tramitação lenta na Casa. Antes de ser encaminhado ao plenário, o projeto de lei deve ser analisado pelos nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Direitos Humanos (CDH). Além disso, Renan decidiu convocar uma sessão temática em Plenário para debater a proposição com os senadores, mas a data ainda não foi definida.
Andrade também comentou as declarações de Renan Calheiros de que os senadores não irão permitir que se aprove uma regulamentação "ampla, geral e irrestrita".
"Eu acho que nós temos que discutir. Vamos discutir com todos os líderes, com todos os partidos, com o PT, com o PDT, PSDB, PMDB. Vamos discutir com todos e mostrar que não existe uma terceirização ampla, geral e irrestrita. Até esse nome, terceirização, acho que não é um nome apropriado para o que nós queremos, isso é muito mais um projeto de segurança do trabalhador que nós estamos propondo em diversas áreas", concluiu Andrade.
O presidente da CNI também disse areditar que existe "um pouco de mito" na discussão sobre a permissão para as empresas terceirizarem atividades-fim. Segundo ele, as empresas, principalmente as indústrias, "jamais vão terceirizar atividades-fim".
"As empresas, principalmente as indústrias, jamais vão terceirizar atividade-fim, porque você tem trabalhador preparado, trabalhador que tenha conhecimento dos equipamentos, das máquinas, que participa da empresa há muito tempo. Então isso você não tem como terceirizar", disse o presidente da CNI.
"Eu acho que tem um pouco de mito nessa questão da atividade-fim e da atividade-meio. Porque, na realidade, já está regulado em diversos artigos da proposta [aprovada na Câmara]: uma empresa tem que ser especializada, ela não pode ser especializada em mais de uma atividade. Você não pode contratar terceirizados para fazer terceirizações diferentes. Então, isso tudo já está pacificado", completou.
Fonte: G1, 29 de abril de 2015