Jandira: a Previdência é social
A proposta de Guedes incorre no mesmo descaminho que a proposta anterior de Temer: o de considerar a Previdência como um tema meramente econômico quando, na verdade, é um tema basicamente social.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que tem se destacado no debate deste assunto, considera que a reforma aniquila a previdência como direito social, para cortar direitos dos trabalhadores e para privilegiar o mercado. "Não enxergam o poder dos benefícios previdenciários como instrumento de fomento à economia dos municípios, nem como o maior programa de distribuição de renda do país. Colocam a previdência no eixo econômico porque não conseguem ultrapassar a visão mercantilista sobre uma política social pública, que se tornará quase inatingível se aprovada a reforma", afirma a deputada.
Em artigo publicado em fevereiro de 2018, Jandira enumera fatos e números que corroboram sua crítica: "Em 2017, 67,7% dos benefícios pagos pelo INSS possuíam o valor de até um salário mínimo. Isso representa um total de 23,4 milhões de pessoas. O governo diz que esse contingente não será afetado. Mentira. Primeiro porque hoje todos os segurados podem deixar pensão no valor da aposentadoria e a reforma acaba com a pensão integral, além de proibir o acúmulo dos benefícios de pensão e aposentadoria".
Para Jandira, a reforma como está sendo proposta não combate privilégios. "O que está em jogo é a possibilidade ou não de um trabalhador se aposentar. Essas pessoas, que o governo e o relator dizem que não serão afetadas pela reforma, enfrentam a rotatividade do mercado de trabalho que se soma à uma nova legislação trabalhista mais precária e prejudicial. Com a legalização do trabalho intermitente, muitas trabalhadoras e trabalhadores perderão a condição de segurados da previdência social. Enquanto isso, o governo perdoa devedores, sonegadores e deixa de cobrar tributos bilionários de grandes multinacionais", afirmou Jandira na ocasião.
Fonte: Vermelho