Segundo pesquisa do IBGE, itens foram responsáveis por vendas de R$ 1,1 trilhão do setor em 2013

 

Cem produtos foram responsáveis por vendas de R$ 1,1 trilhão das indústrias em 2013 e responderam por mais da metade (52%) das vendas do setor. 

Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2013, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O destaque de vendas foi, novamente, o óleo diesel. O produto registrou sozinho vendas de R$ 67,3 bilhões em 2013, liderando a lista de produtos. O óleo diesel abastece a frota de ônibus e caminhões do País, a base do transporte urbano e rodoviário, de pessoas e cargas. Em seguida, minérios de ferro (R$ 54,8 bilhões) e automóveis de passageiros de 1.5 a 3 cilindradas (R$ 47,8 bilhões) foram os produtos industriais mais vendidos. 

Vale lembrar que, em 2013, o governo decidiu adiar o aumento da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do setor automotivo. O estudo faz parte de uma série de publicações divulgadas anualmente pelo IBGE que busca detalhar estatísticas de setores da economia. O trabalho envolve a compilação de dados informados via questionário por milhares de empresas em todo o território brasileiro. 

 

CONCENTRAÇÃO

As empresas de grande porte (de 500 funcionários ou mais) são apenas 0,6% das 334 mil indústrias instaladas no País, mas respondem por quase 70% do faturamento do setor industrial, segundo a pesquisa. Eram 2.015 indústrias de grande porte naquele ano e que faturaram, somadas, R$ 2,03 trilhões. Essas empresas empregavam 3,8 milhões de pessoas, 42% dos 9 milhões de empregos do setor. 

Os números reforçam a importância de escala para o setor industrial e que a atividade não é para pequenos. "A indústria tem essa característica forte da concentração", explica Jurandir Carlos de Oliveira, gerente da pesquisa no IBGE. "Do outro lado, tem muita gente com participação muito pequena". 
 

As micro e pequenas empresas (com um a quatro funcionários) são, por outro lado, 43% das indústrias brasileiras, mas foram responsáveis por apenas 1,2% do total faturado pelo setor em 2013. 
 

Essas micro e pequenas empresas tiveram uma receita total de R$ 36,3 bilhões em 2013. Naquele ano, elas empregavam 336.212 pessoas. 
 

ÚLTIMO FÔLEGO

Considerando o total das indústrias, independentemente do porte, eram 334 mil empresas no país em 2013, um aumento de 2% na comparação ao ano anterior. Essas empresas empregavam 9 milhões de pessoas naquele ano, um aumento de 2,7% na comparação a 2012. A receita líquida das empresas industriais somou R$ 2,7 trilhões em 2013, lideradas pelo desempenho justamente das empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas. 
 

O valor da transformação industrial (diferença entre receitas e custos), número aproximado de um PIB industrial, foi de R$ 1,1 trilhão em 2013, um crescimento nominal de 9,73%. Os números são, claro, um olhar pelo retrovisor. Em 2013, a indústria ainda crescia a produção, contratação, investimentos. Um "fôlego" antes das quedas de 2014 e de 2015. "O ano de 2013 foi bem favorável. Foi o último de crescimento e estabilidade", disse Oliveira. 

 

PARTICIPAÇÃO

Principal região econômica do país, o Sudeste manteve a liderança no ranking das indústrias, com participação de 57,8% nas vendas nacionais do setor. O valor de vendas de indústrias instaladas na região somou R$ 1,2 trilhão em 2013, um aumento de 9% na comparação ao ano anterior. 

Já região Sul aumentou a participação nas vendas nacionais: de 19,8% em 2012 para 20,6% em 2013, com vendas de R$ 425 bilhões em 2013. Outras regiões tiveram pequenas variações como Nordeste (de 9,7% para 9,6%), Norte (6,2% para 6,5%) e Centro-Oeste (5,5% para 5,6%).
 




Fonte: Folha de Londrina, 25 de junho de 2015