O senador Aécio Neves (PSDB-MG) cometeu ontem (7) dois atos falhos. Ambos em entrevistas a emissoras de rádio. Em longa entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, a certa altura foi perguntado sobre a disputa interna no PSDB pela candidatura à presidência da República em 2018, diante de um quadro em que o tucanato paulista já articula o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O senador então disparou: "Esse sempre foi um bom problema e um saudável dilema do PSDB. Nós temos quadros, quadros altamente qualificados: o governador de São Paulo certamente é um deles, José Serra, o presidente Fernando Henrique. Poderia até citar alguns outros nomes. O que nós temos consciência clara, nós do PSDB, em primeiro lugar: nós somos o principal partido de oposição ao Brasil", disse.
Na mesma entrevista, instado a falar pelo entrevistador, Eustáquio Ramos, se não vai "lutar pela candidatura", afirmou que ainda é cedo. “Não tem uma decisão ainda. Ninguém pode, numa hora dessa – acabamos de sair de uma eleição – antecipar um cenário que será discutido lá adiante. A definição da candidatura do PSDB é algo para ocorrer no final do ano de 2017. Entre nós há consciência em relação a isso”, afirmou, parecendo ter se esquecido de que tem disseminado abertamente o fim antecipado do governo de Dilma Rousseff. Depois, emendou: "O candidato do PSDB vai ser aquele que tiver melhores condições de vencer as eleições. A grande dúvida é se as eleições ocorrerão em 2018 ou se ocorrerão antes".
Em outra entrevista nesta terça-feira, esta à rádio Gaúcha, enquanto falava sobre a entrevista da presidenta Dilma à Folha de S. Paulo publicada hoje, em que ela contesta a intenção golpista de setores oposicionistas, principalmente do PSDB, o candidato derrotado nas eleições de 2014 declarou: "Ao contrário do que diz a presidente, o problema dela não é a oposição. O que nós dissemos na nossa convenção, na convenção que me reelegeu neste domingo presidente da República, é que o PSDB é um partido pronto para qualquer que seja a saída, inclusive a permanência da presidente".
Perguntada pela Folha sobre o fato de a oposição “prever” que não termina o mandato, Dilma respondeu: “Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real?”, questionou. “Não acho que toda a oposição que seja assim”, e completou: “Não é necessário apenas querer, é necessário provar”.
FONTE: Rede Brasil Atual, 08 de julho de 2015