As contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro deste ano, o equivalente a 10,83% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira (14).
O superávit primário acontece quando as receitas com impostos ficam acima das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Em caso contrário, há déficit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Na comparação com janeiro do ano passado, quando o saldo positivo somou R$ 102,1 bilhões, houve aumento. Na comparação com o PIB, entretanto, indicador considerado mais adequado por especialistas para comparação histórica, houve recuo. Neste caso, o superávit de janeiro de 2024 somou 11,49% do PIB.
Veja abaixo o desempenho que levou ao superávit das contas em janeiro deste ano:
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve superávit de R$ 63,7 bilhões nas contas do setor público em janeiro - o equivalente a 6,63% do PIB.
Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 910 bilhões (7,67% do PIB) em doze meses até janeiro deste ano.
Com o superávit das contas públicas de janeiro, a dívida do setor público consolidado registrou queda de 0,8 ponto percentual no começo deste ano, atingindo 73,5% do Produto Interno Bruto (PIB) — o equivalente a R$ 8,9 trilhões.
A proporção com o PIB é considerada por especialistas como o conceito mais apropriado para medir e comparar a dívida das nações.
G1