A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou nesta segunda-feira (19) que elevou de 2,3% para 2,4% sua previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2025.
A expectativa de um crescimento maior da economia acontece mesmo em um cenário de juros altos, com a taxa básica da economia atualmente em 14,75% ao ano para conter o crescimento da inflação. Esse é o maior patamar em quase 20 anos.
"A revisão está relacionada à maior expectativa de crescimento no primeiro trimestre e ao aumento esperado para a produção agropecuária no ano. Após aceleração da atividade no primeiro trimestre na margem, o PIB tende a desacelerar, ficando próximo da estabilidade no segundo semestre", informou o Ministério da Fazenda.
O Banco Central tem informado que é preciso desacelerar a economia, ou seja, que o ritmo de crescimento seja menor, para conter as pressões inflacionárias.
Nesta segunda-feira, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, informou que faz sentido que o Banco Central mantenha taxas de juros em um patamar elevado, chamado de "mais restritivo" no jargão técnico, por um período mais prolongado de tempo.
Já para o crescimento da inflação, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção de 4,9% para 5% em 2025.
Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve subir na comparação com o ano passado, quando avançou 4,83%.
Ao estimar um IPCA de 5%, o governo confirma que a meta de inflação deverá ser novamente estourada neste ano.
"No cenário considerado, a redução na inflação passa a ser observada de maneira mais regular apenas a partir de setembro", informou o Ministério da Fazenda.
Segundo o Ministério da Fazenda:
"Para países da América Latina, a imposição de tarifas [pelos EUA e China] pode ajudar a reduzir pressões inflacionárias. O excesso temporário de produção de bens na China, a queda nas cotações de 'commodities' e o enfraquecimento do dólar podem auxiliar a reduzir pressões inflacionárias nesses países, compensando efeitos adversos que a imposição de tarifas comerciais nos EUA e China podem gerar em cadeias de suprimento", avaliou o Ministério da Fazenda.
G1