Outro termômetro importante da atividade, o nível de uso da capacidade instalada, caiu 0,6 ponto percentual, para 77,9%. Esse movimento indica que o parque fabril está operando com menor intensidade, o que reforça a leitura de desaceleração no setor.
Embora o emprego industrial ainda acumule alta de 0,7% no ano, o recuo em abril é considerado significativo por ocorrer em um contexto de demanda mais fraca e atividade em retração. O impulso anterior, marcado pelo crescimento prolongado da produção, perdeu força nos últimos meses.
Os dados da CNI surgem em um momento em que os efeitos da política monetária mais restritiva começam a ser sentidos com mais intensidade. Com a taxa básica de juros (Selic) elevada para 14,75% ao ano em maio — o maior patamar em quase duas décadas —, o Banco Central busca conter a inflação, mesmo ao custo de uma desaceleração econômica mais acentuada.
O próprio BC reconhece que o juro elevado já contribui para a perda de dinamismo da atividade econômica e que seus impactos sobre o mercado de trabalho devem se aprofundar.
Apesar disso, a taxa de desemprego no país segue em patamar historicamente baixo, fechando em 6,6% no trimestre encerrado em abril, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025 foram revistas para baixo: o mercado prevê alta de 2,13%, enquanto o Banco Central trabalha com uma estimativa de 1,9%, bem abaixo dos 3,4% registrados em 2024.
A desaceleração da indústria pode ser um dos primeiros sinais mais visíveis de um ciclo de crescimento mais moderado à frente.
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