Em dia marcado pelo anúncio do governo federal das medidas em resposta ao tarifaço implementado pelos Estados Unidos, o dólar voltou a subir, após atingir, no dia anterior, o menor valor em mais de um ano. Nesta quarta-feira (13/8), a moeda norte-americana fechou o pregão em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,40. O índice do dólar, DXY, que mede a força da divisa em relação ao resto do mundo, foi na direção contrária: queda de 0,26% ao final do dia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no início da tarde, o programa Brasil Soberano, que está baseado em três pilares: fortalecimento do setor produtivo, com a abertura de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas; proteção dos trabalhadores, com a instalação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego; e diplomacia comercial e multilateralismo, com a abertura de novos mercados, a exemplo de União Europeia e EFTA.

Dos R$ 30 bilhões previstos pelo governo para o programa, R$ 9,5 bilhões não causam impacto direto no orçamento federal, de acordo com a medida provisória publicada nesta quarta. Mesmo assim, na avaliação do professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo, a proposta ainda pode causar um impacto relevante no Orçamento federal.

“É preocupante nesse momento, em que o Orçamento não está fechado para o ano de 2025, ainda mostra um certo desequilíbrio para cumprimento da meta fiscal e ficaremos então atentos a esses movimentos, porque também não será uma medida imediata”, destaca Bergo.

Na análise de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o pacote de apoio a exportadores ainda é cercado de dúvidas entre os investidores, o que reforça a atenção para o mercado doméstico. “A percepção de fragilidade nas contas públicas mantém o clima de cautela, deixando o dólar sensível tanto às decisões do Fed quanto à confiança na política econômica brasileira”, comenta.

Ao final do dia, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) encerrou em baixa de 0,89%, aos 136.687 pontos. A maior queda do dia veio com as ações da CVC (CVCB3), que despencaram 10,78% ao final do pregão, após a divulgação de um resultado abaixo do esperado no segundo trimestre. Por outro lado, os papeis da MRV (MRVE3) foram o destaque positivo, com avanço de 6,63%.

CORREIO BRAZILIENSE

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