O Brasil deve fechar 2025 com saldo positivo de 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, segundo projeção do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. A estimativa foi anunciada nesta quinta-feira (25/9), durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Na segunda-feira (29) eu vou anunciar o Caged de agosto. Vem crescendo de novo, mas abaixo do ritmo anterior. É natural que o último trimestre seja mais forte, pelas compras natalinas. Acho que o crescimento do PIB está garantido e teremos um saldo da ordem de 1,5 milhão de empregos formais neste ano”, afirmou Marinho.
A marca reforça a tendência de alta do mercado de trabalho. Dados da Pnad Contínua, do IBGE, mostram que o desemprego no trimestre encerrado em julho caiu para 5,6% — o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
Tarifaço e plano de resposta
O ministro também abordou os efeitos das tarifas adicionais de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desde agosto. Para ele, as medidas do governo federal têm conseguido conter os impactos sobre o mercado de trabalho.
“O impacto do tarifaço está sendo amenizado pela eficiência do presidente Lula em agir rapidamente. Primeiro, abrindo mercados, que é a melhor solução. Segundo, colocando recursos à disposição das empresas. Muitas vezes, a empresa consegue administrar a situação sem medidas mais extremadas”, explicou.
Marinho citou o Plano Brasil Soberano, medida provisória que prevê R$ 30 bilhões em linhas de crédito, prorrogação de prazos tributários, compras públicas e apoio a exportadores afetados. O ministro lembrou ainda que o BNDES já aprovou R$ 1,2 bilhão em financiamentos e segue cadastrando empresas interessadas.
Segundo ele, algumas companhias de setores como eletrônicos, autopeças e armamentos — mais dependentes do mercado norte-americano — ainda enfrentam dificuldades para diversificar sua produção. Nesses casos, o acesso ao crédito subsidiado será fundamental.
Marinho frisou que o Ministério do Trabalho também está aberto para apoiar empresas em dificuldades por meio de acordos coletivos. “Isso pode incluir antecipação de férias, suspensão temporária de contratos ou postergação de contribuições. São mecanismos previstos na CLT que ajudam a preservar empregos em momentos críticos”, disse.
Diálogo Lula–Trump
Durante a entrevista, o ministro comentou também sobre a possibilidade de um encontro oficial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Os dois trocaram rápidas palavras nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na última terça-feira (23).
“É legítimo que o presidente americano defenda os interesses do povo americano, assim como é legítimo que Lula defenda os interesses do povo brasileiro e da nossa indústria. Se os dois sentarem para conversar sobre os problemas comerciais, tenho certeza de que há caminhos para avançar”, avaliou Marinho.
CORREIO BRAZILIENSE